A inflação registrou alta de 0,55% em abril, mas voltou a ficar abaixo do teto da meta do governo pela primeira vez em quase um ano, um alívio ao governo de Dilma Rousseff em meio aos esforços para controlar os preços sem prejudicar a frágil recuperação da economia.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 6,49% nos 12 meses até abril, abaixo dos 6,59% de março e e de volta à meta do governo. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A meta de inflação é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou menos.
No ano, a inflação acumulada é de 2,5%, acima dos 1,87% relativos ao mesmo período do ano passado.
Remédios lideram impacto na inflação
Com alta de 2,99% em abril, os remédios lideraram a lista dos principais impactos da inflação. O reajuste autorizado, que variou de 2,7% a 6,31%, a depender da classificação do medicamento, começou a vigorar em 31 de março.
A indústria farmacêutica alegou que a alta nos preços dos medicamentos é resultado de uma maior pressão nos custos de fabricação, sobretudo com pessoal, insumos e matérias-primas importadas, cujas cotações internacionais subiram no ano passado e ficaram mais elevadas por causa da desvalorização do real.
Empregados domésticos e alimentos também sobem
Os custos com empregados domésticos também tiveram forte impacto no IPCA de abril. Em um ano, os custos com esse tipo de traabalhador teve alta de 11,32%.
Os alimentos continuam mostrando desaceleração nos preços, porém ainda são responsáveis por 44% do índice de inflação. O tomate e a batata inglesa continuam registrando alta nos preços, com altas de 150% e 123% em um ano, respectivamente.
Inflação ´pegou´ governo de surpresa
A inflação em 12 meses tem subido desde junho do ano passado em meio à alta dos preços de alimentos e vários serviços.
O aumento pegou o governo de surpresa no momento em que nenhum outro país da América Latina com metas de inflação estava preocupado com o nível de preços, e fez o BC tirar os juros da mínima recorde no mês passado, levando a Selic a 7,5% ao ano e com indicação de que o ciclo de aperto monetário vai continuar.
"O declínio da inflação em 12 meses para qualquer nível abaixo do teto da meta de 6,5% é uma boa notícia para o Banco Central, e dá outra razão para que ele continue o ciclo de aperto monetário com cautela", afirmou o economista do Deutsche Bank José Faria, em relatório.
O BC deve subir a taxa básica de juros em mais 0,75 ponto percentual até o fim do ano, para 8,25%, de acordo com a mediana das projeções da pesquisa semanal Focus do BC. A expectativa para a inflação é de que ela recue dos atuais níveis mas permaneça longe do centro da meta, terminando 2013 a 5,71% e 2014 a 5,76%.
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