A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado (25) na Etiópia que os boatos sobre o Bolsa Família, que provocaram corrida aos bancos no último fim de semana, vão obrigar o governo a aprimorar o sistema de fiscalização do benefício.
"O que a gente pode tirar de bom disso? Podemos tirar que vamos estar sempre mais atentos agora para essa possibilidade, porque durante dez anos, nunca houve isso. Agora você vai ter de incorporar aos seus mecanismos, através de auditoria, mais isso. Vamos saber que é possível que haja corridas. É muito importante que seja transformado num ganho para o programa Bolsa Família", afirmou a presidente, que visita o país para participar da celebração de 50 anos da União Africana.
Dilma não quis comentar a investigação sobre a origem dos boatos, dizendo que seria uma "temeridade". Mas deu indicação de que não acredita que a razão tenha sido a mudança no cronograma de pagamentos pela Caixa Econômica Federal, sem aviso, na véspera dos boatos.
"Eu li a nota da Caixa. O que ela admite é que está em transição de um sistema, e suspendeu, de fato, uma pessoa do pagamento. Isso explica o pagamento dessa pessoa, mas não explica a corrida à Caixa. Não explica o porquê da quantidade de pessoas que procuraram a Caixa no sentido de receber [seu benefício]."
Segundo ela, pode ter havido falha da Caixa. "Somos humanos. O que estou dizendo é o seguinte: não é uma falha tópica que explica 12 Estados [com rumores]", declarou.
Dilma considerou o episódio "lamentável" e disse que ninguém no governo está autorizado a acusar a oposição -como fez, na semana passada, a secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
A presidente minimizou os recentes atritos com o PMDB, embora tenha admitido "flutuações". "Nós temos uma aliança bastante estável e sólida com o PMDB. Diferenças, num regime democrático, sempre ocorrem. Elas não são tão relevantes assim", declarou.
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