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domingo, 5 de maio de 2013

PF prende envolvida em tráfico de seres humanos para a retirada de rins na África

A Polícia Federal prendeu mais uma integrante da quadrilha desarticulada na Operação Bisturi, deflagrada há dez anos, especializada em tráfico de seres humanos para retirada de órgãos na África do Sul. Eldênia de Souza Cavalcanti, de 63 anos, foi presa na casa em que vivia no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, na sexta-feira (03). A polícia internacional continua em busca do israelense Gedalya Tauber, responsável por trazer o dinheiro para o Brasil para a cooptação das vítimas.

De acordo com as investigações, a quadrilha aliciava pessoas em Pernambuco no intuito de retirar seus rins em cirurgias que aconteciam na África do Sul. Eldênia Cavalcanti auxiliava o marido Ivan Bonifácio da Silva, conhecido como "Capitão Ivan", oficial reformado da Polícia Militar de Pernambuco, nas atividades que ele desenvolvia dentro da quadrilha, substituindo-o nas ausências, acompanhando os futuros vendedores de rins ao laboratório para realizarem os exames, providenciando os passaportes, os levando até o embarque no aeroporto, além de funcionar como intérprete dos aliciados na Àfrica do Sul.

A prisão foi coordenada por policiais da Delegacia de Defesa Institucional da PF após o mandado de prisão ter sido expedido pela 13ª Vara. Eldênia já havia sido presa, mas recorreu da sentença condenatória - de quatro anos, sete meses e 20 dias de reclusão - e aguardava a decisão em liberdade. A sentença foi mantida em 2006.

A mulher foi sentenciada por comprar/vender órgãos ou partes do corpo humano continuadamente e formação de quadrilha. Após sua prisão, foi encaminhada para a Penitenciária Feminina de Abreu e Lima, onde ficará à disposição da Justiça Federal.

Operação Bisturi

A “Operação Bisturi” teve a duração de nove meses, tendo sido iniciada em março de 2003 e concluída em dezembro de 2003, seu objetivo foi desarticular uma quadrilha de traficantes de pessoas no Brasil com ramificações no exterior (Àfrica do Sul e Israel). Os acusados aliciavam pessoas pobres e em situação financeira difícil no Recife e cidades do interior para retirar seus rins nos outros países. Os órgãos eram oferecidos para pacientes de Israel e África do Sul, no intuito de aplicar um golpe no sistema de saúde de Israel, que indenizava cada cirurgia com o valor de U$ 150 mil dólares. As pessoas que faziam a cirurgia tinha que assinar uma declaração afirmando que a pessoa que receberia o órgão era seu parente. Após recebimento dos valores a quadrilha pagava o dinheiro pertinente à pessoa que se submetia a intervenção cirúrgica para retirada do órgão e dividia o restante com todos os integrantes da quadrilha que chegava a ser vinte vezes mais do que os brasileiros recebiam. 

No Recife, o esquema era comandado por Ivan Bonifácio, condenado a dez anos de reclusão, e sua esposa Eldênia de Souza, condenada a quatro anos e sete meses. O casal agia junto com José Sílvio Bourdoux, condenado a sete anos e quatro meses de reclusão, capitão médico da Polícia Militar, que utilizava seu consultório para emitir as solicitações de exame a respeito da compatibilização com o recebedor do transplante. O outro envolvido era Gedalya Tauber, condenado a 11 anos e nove meses de reclusão, o responsável por trazer o dinheiro para cooptar as pessoas para realização das cirurgias. Gedalya encontra-se atualmente foragido depois de haver recebido o aval da Vara de Execuções Penais/PE para realizar uma viajem pelo período de 30 dias em janeiro/2009. Ele não retornou. Motivo pelo qual sua prisão foi decretada em outubro de 2009, tendo sido considerado foragido e procurado em todo o mundo inclusive pela Interpol, desde então.

Ao todo foram presas e condenadas 12 pessoas no Brasil (aliciadoras), duas em Israel (responsável pelo fraude no Sistema de Saúde para realização das cirurgias) e 20 na África do Sul (médicos e enfermeiras que realizavam as cirurgias). Durante as investigações, foi detectada a ida de 47 pessoas para o Hospital Sant Agostini em Durban, na África do Sul. As pessoas que eram levadas para retiradas dos rins recebiam de R$ 5 mil a R$ 30 mil. Estima-se que aproximadamente U$ 4 milhões de dólares foram desviados pela quadrilha nessas intervenções cirúrgicas.

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