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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Saiba como usar o cartão sem exagerar nas dívidas

        Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), em Fortaleza, apenas no mês de junho, foram feitas 5,8 milhões de transações com cartões de créditos, resultando em um faturamento de R$ 662 milhões.

O percentual de famílias com dívidas chegou a 57,6% neste mês de julho, significando alta pelo segundo mês consecutivo, de acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). De acordo com a pesquisa, 71,8% das famílias endividadas apontaram o cartão de crédito como a principal dívida.

Foi o que aconteceu com a universitária Sônia Araújo, 20, que utiliza o cartão desde os 18 anos e até hoje paga as dívidas acumuladas. “Fiz o meu cartão quando entrei na faculdade. Na época tinha uma renda de R$ 300 e o limite de R$ 1 mil. Não me controlei e no terceiro mês extrapolei o limite. Mesmo assimm continuei comprando e a contas acumularam”, disse. Sônia quebrou o cartão, mas continua pagando as parcelas atrasadas.

Por isso, o consumidor que deseja ter um cartão de crédito deve seguir uma série de cuidados, orienta Marcelo Takeyama, coordenador de autorregulação da Abecs. O primeiro passo é escolher o tipo de cartão que mais se adequa ao seu perfil. O cartão básico, por exemplo, é exclusivo para o pagamento de compras, contas ou serviços, e até cinco tarifas podem ser cobradas: anuidade, emissão de segunda via de cartão, tarifa de saque, uso de cartão no pagamento de contas e pedido de avaliação emergencial do limite de crédito.

Já o cartão diferenciado apresenta os serviços do cartão básico e outros extras, como programas de recompensas ou benefícios. É interessante escolher também entre cartões nacionais, que só podem ser utilizados no país de origem, ou cartões internacionais, que podem ser utilizados em outros países ou em free shoppings, mas que possuem custos mais elevados.

O segundo passo é pesquisar a bandeira e o banco onde você quer ser cliente. Cada empresa possui autonomia para desenvolver os valores das taxas que deseja trabalhar. O cliente deve fazer um orçamento e verificar quais taxas se adequam ao seu bolso. No site www.tarifasdocartao.org.br, criado pela Abecs, é possível fazer simulações de anuidades e taxas em pelo menos três bancos de uma só vez.

“O consumidor deve estar ciente das taxas que irá pagar para ter os serviços do cartão. É preciso ler o contrato, pois nele deve conter todas as taxas e condições de uso”, afirma Takeyama.

O titular do cartão tem direto a colocar dependentes, e estes também pagam anuidade (uma taxa anual para usufruir o serviço). Há algumas empresas que, por política comercial, acabam isentando algumas tarifas para os dependentes. Mas essa prática pode mudar de acordo com a empresa.
  
Juros
O mesmo acontece com as taxas de juros. A Abecs não tem controle sobre as tarifas praticadas pelas empresas associadas. Essas taxas são definidas a partir de diversos critérios e podem se diferenciar. 

O consumidor que tiver gasto mais do que esperado e não conseguir pagar o valor integral da fatura deve procurar a operadora para buscar alternativas de financiamento mais adequadas para a sua situação. Ou então efetuar o pagamento mínimo permitido. Geralmente esse valor é equivalente a 15% do valor total da fatura.

Ao optar por essa forma de pagamento, o cliente estará financiando o restante da fatura e pagará juros sobre esse valor no próximo mês.

A Abecs, no entanto, recomenda que esse procedimento seja feito apenas em casos de emergência, pois essa prática pode gerar endividamentos futuros, já que as taxas, dependendo das empresas, podem ser bem altas. “O ideal mesmo é efetuar o pagamento integral da fatura na data de vencimento. Se isso não for possível o cliente vai pagar taxas e juros previstos em contrato”, disse.

A consultora de finanças pessoais Louise Porto Freire orienta para quem se endividar que procure o banco para fazer um empréstimo pessoal de curto prazo, com uma taxa menor do que a do parcelamento do cartão. “O consumidor deve pagar tudo que deve no cartão e usar a modalidade crédito até quitar o empréstimo. Durante esse tempo, ele deve refazer o seu orçamento”, afirma.

Como


ENTENDA A NOTÍCIA

O nível de endividamento tem crescido no País nos últimos meses, na mesma proporção que as políticas do governo incentivam o consumo como forma de aquecer a economia. Por isso, o consumidor precisa ter cautela ao usar os mecanismos de crédito.

Números


63,3% dos fortalezenses possuem algum tipo de dívida, segundo pesquisa da Fecomercio-CE

80,6% dos consumidores de Fortaleza utilizam o cartão, diz a pesquisa da Fecomercio-CE

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