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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Bancos londrinos em crise

       LONDRES — Há muito tempo famoso como o centro global dos fluxos de dinheiro, de negócios e sobretudo de discrição, o centro financeiro de Londres tornou-se ultimamente polo de um tipo de atividade diferente: o escândalo financeiro e o comportamento condenável.

Corretores inescrupulosos que trabalhavam nos escritórios em Londres do American International Group, do UBS e do JPMorgan Chase acumularam prejuízos de bilhões de dólares nos últimos anos.

Tentativas de manipular uma taxa de juros importante —a taxa interbancária média de Londres, ou Libor— surgiram nos pregões de alguns dos maiores e mais antigos bancos de Londres, como o Barclays. Autoridades dos dois lados do Atlântico estão investigando quantos outros grandes bancos participaram.
E o HSBC, o maior banco da Europa, foi acusado de lavar dinheiro para os cartéis das drogas mexicanos.

Londres orgulhava-se de ser respeitável e os banqueiros da velha guarda hoje lamentam que não seja mais o caso.

O que aconteceu? A ganância dominou, disse Alexander S. Hoare, sócio da C. Hoare & Company, fundada em 1672, talvez o último dos bancos familiares que durante séculos foram a base cultural e comercial da City, o distrito financeiro de Londres.

Enquanto instituições independentes foram engolidas por grandes bancos globais nas últimas duas décadas, a indústria financeira de Londres tornou-se menos um clube de cavalheiros e mais como Wall Street, grande demais para se policiar efetivamente.

“Vimos uma cultura alienígena se imiscuir nos grandes bancos”, disse Hoare. “E toda essa regulamentação não solucionou o problema dos riscos excessivos.”

Não são apenas os tradicionalistas que dizem que as coisas estão fora de controle.

Em relatórios do ano passado sobre o sistema financeiro britânico, o FMI advertiu que “sem uma intensa supervisão dos riscos dos bancos de investimentos, a estabilidade financeira doméstica e global não pode ser garantida”.

Quando as comissões fixas sobre os negócios foram suspensas em 1986, a concorrência se abriu. Bancos americanos e europeus correram para o mercado e muito dinheiro foi ganho rapidamente por banqueiros e corretores hiperambiciosos, mesmo que não muito bem conectados.

O Reino Unido abraçou a transformação. O emprego nas indústrias financeiras cresceu, disparando de cerca de 300 mil no início dos anos 1980 para 1 milhão hoje.

Atualmente, a economia do Reino Unido, de US$ 2,2 trilhões, parece pequena diante dos ativos bancários de US$ 15 trilhões mantidos na City —metade dos quais na forma volátil de empréstimos banco a banco e aplicações em derivativos de alto risco.

E há temores de que o que um dia foi um ativo tenha se tornado uma dívida, com a City tornando-se grande demais para regulamentar.
O governador do Banco da Inglaterra, Mervyn A. King, está liderando supervisores no banco central que vão manter o controle dos bancos comerciais do país.

King pediu uma regulamentação mais rígida e a separação das funções de corretagem e captação de depósitos —proposta que deverá se tornar lei até 2019.

Terry Smith, presidente da corretora Tullett Prebon, em Londres, defende uma abordagem radical: tornar ilegal que bancos de investimentos e bancos comerciais existam sob a mesma estrutura corporativa. “Ao separá-los, você teria bancos comerciais mais fortes e melhores bancos de investimentos e se isso nos levar a uma era passada, bem, não há nada errado aí”, disse.

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