Após o término do primeiro bloco, o deputado estadual Ivo Gomes (PSB), que também estava acompanhando o debate no interior do prédio da TV, falou: “É ruim ficar aqui porque ninguém pode falar mal de ninguém.” “Vontade é o que não falta”, completou Ciro Gomes, que é coordenador da campanha de Roberto Cláudio (PSB).
Logo após isso, ambos resolveram deixar as dependências da TV e foram acompanhar o debate junto com os militantes do PSB, que estavam próximos aos apoiadores do Psol.
Durante uma fala de Roberto Cláudio, uma militante do Psol falou algo em desaprovação ao candidato. Ciro discordou, ambos se exaltaram e teve início uma breve discussão entre os dois. “Não fale bobagem perto de mim que eu fico me coçando”, disse Ciro.
Depois, em mais uma participação de Roberto Cláudio no debate, a militância do Psol gritou que o candidato, se eleito, iria “bater em professor”. Era uma referência ao confronto que ocorreu entre professores e policiais, nas dependências da Assembleia Legislativa, durante a greve dos docentes do Estado, em 2011.
Ouvindo o coro, Ciro começou a chamar os militantes do Psol de “fascistas”. “Quem fecha o parlamento é fascista. (...) Quem bate em deputado é fascista”, afirmou. Os apoiadores de Renato Roseno retrucaram e os gritos de fascistas passaram a ser ouvidos dos dois lados. Perguntados o que significava “fascista”, uma militante do PSB disse que era “uma pessoa falsa” e outra disse que era “alguém que não deixava os outros falarem”.
“Isso (a discussão) é normalíssimo em um debate”, disse o deputado Ivo Gomes, que se manteve distante no momento do desentendimento. A vereadora Toinha Rocha, do Psol, foi na mesma linha e disse que o embate é “natural do acirramento” de campanha.
Terminado o debate, houve novo tumulto na saída e um militante do PCdoB, partido do candidato Inácio Arruda, chegou a colocar o dedo em riste próximo ao rosto de Ciro, ambos novamente se chamando de “fascistas”. Ciro, depois, orientou sua militância a parar com as provocações.
Apesar desses momentos pontuais, o clima, em geral, foi tranquilo do lado de fora. Agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) interromperam o trânsito na rua e uma viatura do Ronda do Quarteirão passava pelo local.
Militâncias ausentes
As militâncias presentes nas ruas próximas à TV O POVO se resumiram aos partidos Psol, PCdoB e PSB. O PT (do candidato Elmano de Freitas), que tradicionalmente leva muitos militantes aos debates, dessa vez preferiu deixar os apoiadores longe do local do evento. Segundo a assessoria do candidato, os militantes não compareceram para evitar a “possibilidade de ambiente hostil”, uma vez que houve tumultos durante debates em eleições passadas. O partido diz ainda que a presença da militância “não acrescentaria em nada” para o debate.
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