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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O prefeito é o síndico

            Atentem para o que sai da boca dos candidatos a prefeito. Até aqui, quase sempre falam e reproduzem generalidades. Diagnósticos superficiais e promessas que servem a qualquer cidade brasileira de grande porte no campo da saúde, da educação e, agora a novidade, da segurança.

A coisa funciona assim: encomenda-se uma pesquisa e detecta-se o que o eleitor tem em mente. Pronto. A partir disso, fala-se estritamente o que a pesquisa detectou como prioridade na mente do cidadão. É por isso que o tema “saúde” é a bola da vez.

É a morte da inovação. É a morte da criatividade. Em vez de candidatos com propostas de vanguarda, temos reprodutores de senso comum. Dubladores do pensamento médio (ou medíocre, como queiram).

Não há candidatos dispostos a enfrentar o debate acerca do que é crucial no cotidiano da cidade. Por exemplo, o financiamento da coleta de lixo. Um serviço que custa os olhos da cara e não é cobrado dos produtores.

Esses pontos de lixo se formam em terrenos baldios e /ou calçadas quebradas. Quem terá a coragem de dizer que vai propor uma lei com IPTU que torne inviável a convivência com terrenos em tal situação? Quem terá a coragem de dizer que vai estabelecer duras multas para os flagrados nesse ato?

E as construções irregulares que se multiplicam? Há caminhos para desestimular esse comportamento torpe. A começar pela turma que está na parte de cima do losango social. Um deles é estabelecer uma lista negra com consequências reais para o negócio do infrator. A ação jurídica, sabemos, não basta.

Que candidato está disposto a apontar que boa parte de nossos problemas são oriundos de má educação urbana por parte da população? É evidente que isso poderia ser dito dentro de uma ideia de mobilização a favor de um círculo virtuoso na cidade.

Sabe-se que boa parte dos engarrafamentos na cidade ocorre por causa dos estacionamentos nas calçadas (a saída de ré é um transtorno) e nos horários de pegar estudantes nas escolas privadas. Quem vai ter a coragem de afirmar que, como prefeito, não vai tolerar os absurdos paternos e maternos que se dão nesses momentos?

Quem vai ter a coragem de declarar que, em sua gestão, a prioridade no trânsito é para o transporte coletivo que leva dezenas e não do carro particular que leva somente uma pessoa?

Quem vai dizer que será incansável na condenação dos que invadem espaços públicos para fins comerciais?

Qual nada. O que importa é não abrir arestas com quem quer que seja. Nem com as pequenas, médias e grandes máfias que dominam o comércio que não ambula. Afinal, elas votam, não é?

Reclama-se bastante da terceirização de servidores públicos, mas ninguém reclama da absurda (aqui e alhures) quantidade de cargos de livre nomeação que os políticos adoram. Alguém se habilita a dizer que, se prefeito, vai restringir a, por exemplo, 500 (o que já muito) o número de nomeações? Sem chances.

Estamos a anos luz da campanha que de fato interessa à cidade. É a pauta real de cidades perdida pelas conveniências eleitoreiras. Nosso quadro político está repleto de almofadinhas dominados pelo pesquisismo, pela marquetagem vazia e pelo, digamos, senso de oportunidade política.

Restam-nos os estelionatos eleitorais. Vamos lutar para que pelo menos no segundo turno seja diferente.

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