Dos 3,4 milhões de pessoas que provaram da maconha em 2011, mais de um terço, 37%, é dependente, o que representa 1,3 milhão. Entre os adolescentes, os índices de dependência alcançam 10% dos entrevistados. De acordo com a pesquisa, o Brasil está fora dos países com os maiores índices de consumo da droga. Enquanto a média brasileira é 3%, o índice chega a 5% na Europa e 10% nos Estados Unidos.
As Nações Unidas acreditam que os dados oficiais na América Latina possam ser subestimados, “uma vez que o volume de maconha apreendido no Brasil está entre os maiores do mundo e o País não é um grande fornecedor de nenhuma região”. Foram entrevistadas 4.607 pessoas em 149 municípios, com idade a partir de 14 anos.
A amostragem, de acordo com os coordenadores do estudo, é representativa. Diferente do primeiro estudo, preparado em 2006, os entrevistados no atual levantamento responderam a questionário sigiloso sobre consumo de drogas.
Para o coordenador da pesquisa, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, um dado preocupante é a proporção entre usuários adultos e adolescentes. Em 2006, existia um adolescente para cada adulto que usa maconha. Em 2012, a proporção aumentou para 1,4 adolescente por adulto. Em 62% dos casos, os usuários experimentaram a droga pela primeira vez antes dos 18 anos. “Se as leis ficarem mais frouxas em relação ao uso da maconha, o maior prejudicado vai ser o adolescente. Qual vai ser o impacto em relação à saúde mental desses adolescentes? É isso que os dados nos alertam. A pessoa que já é usuária não vai mudar o padrão de consumo. Quem pode mudar o padrão de consumo é o adolescente”, avalia.
Os entrevistados também foram questionados sobre a legalização da maconha no país. A maioria, 75%, é contrária, ante 11% favoráveis. Os dados reunidos no Lenad irão possibilitar, posteriormente, a avaliação do consumo de outras drogas, como o crack. (das agências de notícias)
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A polêmica em torno do consumo da maconha no Brasil encontra adeptos dos dois lados. Os que são a favor da liberação tem se manifestado anualmente através da chamada Marcha da Maconha.
Saiba mais
Apesar dos possíveis danos físicos causados pelo consumo da droga, um movimento simbolizado na Marcha da Maconha defende a liberação de seu uso no Brasil.
Os argumentos para tal se baseiam em três finalidades: uso medicinal, para pacientes com câncer, glaucoma; uso religioso, que garante a liberdade de algumas religiões afro-brasileiras que estão hoje impedidas de expressar sua liberdade religiosa; e uso cultural, que é o uso social que não causa males ao indivíduo.
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