Os pais biológicos de Natália Regiele Tabosa da Silva, 21 anos, que estavam separados e há muito tempo não se encontravam, fizeram um gesto justificado pela despedida. No velório da filha, realizado ontem no bairro Carlito Pamplona, o assessor parlamentar Rogério Tabosa (que mora em São Paulo) e a funcionária pública Maria de Fátima Martins puderam dar um abraço. “Temos que continuar”, disse ele à ex-mulher.
A avó e mãe de criação de Natália, Terezinha Tabosa, não conseguiu acompanhar o enterro. Faltaram-lhe forças nas pernas. No dia da morte da filha, a senhora comemorava 61 anos. Em silêncio, o cortejo seguiu o caminho até o túmulo no cemitério São João Batista, onde o corpo de Natália foi sepultado. Amigos e familiares se despediram com uma salva de palmas. “O que vai ficar é a imagem de menina alegre, tranquila, gente boa”, emociona-se o ex-marido de Natália, José Wellington Filho, separado da jovem desde agosto do ano passado.
Até agora, as condições de morte de Natália, que sonhava em morar em São Paulo para cursar uma faculdade, ainda são um mistério. Ela foi encontrada morta na manhã do último domingo, 29, em um apartamento no bairro Mucuripe, alugado por 11 aprendizes-marinheiros. O grupo realizava uma festa.
O delegado do 2º Distrito Policial (Aldeota), Bruno de Figueiredo, responsável pela investigação, colheu o depoimento de um tio da vítima, do porteiro do prédio e de quatro dos marinheiros, até a tarde de ontem. Segundo apurou, Natália namorava um dos aprendizes-marinheiros e estava na companhia de amigas. “Ela começou a passar mal por ter bebido muito. Os rapazes chegaram a dar um banho com água gelada e deitá-la numa cama, já que ela não melhorava.” Na manhã de domingo, o grupo afirmou que chamou um táxi para levá-la a um hospital e o taxista percebeu que ela estava morta.
O corpo de Natália não tinha sinais de espancamentos. A família aguarda o resultado do laudo da perícia, que deve sair em 30 dias.
A Escola de Aprendizes-Marinheiros do Ceará (EAMCE) informou que tomou conhecimento da morte por meio do 2ª DP. Em nota, a instituição afirmou que os militares haviam acionado a Polícia ao acordarem e perceberem que a jovem havia falecido. Diz ainda que o corpo foi encaminhado para autópsia para confirmação da causa da morte e que não apresentava sinais de agressão. Por fim, acrescenta que foi aberto procedimento administrativo para acompanhamento da apuração dos fatos.
ENTENDA A NOTÍCIA
A família de Natália Regiele Tabosa da Silva, 21, aguarda o resultado da necrópsia que está sendo feita pela Perícia Forense para atestar a causa da morte. O resultado deve sair em 30 dias. A Polícia não descarta as possibilidades de coma alcoólico ou de assassinato da jovem.
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