Pedindo um conselho financeiro, um rapaz pergunta como sair do vermelho. A resposta chega abusada: “Use absorventes!”. A frase ferina é atribuída a uma mocinha da década de 1970 que estampa a caixa de palitos da sexagenária Gina e uma página na rede social facebook. Por trás dela, Ricck Lopes, um estudante de publicidade mineiro, de 19 anos, que conquistou mais de 1,3 milhão de seguidores e foi citado por mais de 2,3 milhões de usuários em 15 dias. O sucesso também chegou ao mundo real e a moça já estampa camisetas.
Gina Indelicada, nome da personagem da rede social, foi criada sem autorização da Rela Gina, detentora da marca de palitos. Ao saber do fenômeno, o diretor-presidente da empresa, Luiz Carlos Rela, chegou a afirmar que acionaria o departamento jurídico para ver que providências tomar. A decisão foi por manter vivo o personagem e chamar seu criador para tocar projetos junto à empresa.
Na opinião do publicitário Sérgio Gouveia, publicitário da agência Register, a Rela Gina teve sorte em despertar ação que repercutisse bem em nichos de mercado em que tinha baixo recall, o público jovem, conectado às redes sociais. “Gente que não conhecia a marca passou a conhecer. Eles ganham recall com isso”, explica. Túlio Pinheiro, publicitário da 101 Macaco, diz que a Gina agora faz parte da cultura pop, e é comparando com marcas mundiais. “Assim como tem camiseta com estampa que brinca com a Coca-Cola, também tem da Gina”.
Sérgio ressalta que as redes sociais são ambientes ainda pouco conhecidos, sem fórmulas exatas para o sucesso ou fracasso. E as chances de revés também existiam. “As empresas tem que tomar cuidado em como alguma coisa entra na internet”, afirma.
Cautela não significa fugir das redes sociais e ambos os publicitários concordam que a empresa fez bem em não proibir que Ricck continuasse a usar a marca. Para Túlio, a empresa não tinha a ganhar se fosse contra a repercussão. “Não adianta querer brigar. Os gestores podem escolher não participar de redes sociais, mas não cabe a eles escolher estar ali ou não. Não se tem controle”.
Ideia
Para Sérgio, a personagem integra e exacerba elementos do cotidiano. “Nem sei se ele foi beber nessa fonte, mas é uma postura do Seu Lunga aqui do Ceará. Gente indelicada, ignorante”. Ele destaca a encenação na interação entre público e personagem, já que os que provocam sabem que a resposta será ferina. O discernimento dos internautas, segundo ele, evita que o mau-humor da Indelicada faça o mercado se voltar contra a Rela Gina. “Eles sabem que a marca não está por trás disso”.
Para quem quer aproveitar o terreno fértil das redes sociais, Sérgio só tem um conselho: que doses de bom-senso sejam misturadas à criatividade. Ricck e Gina poderiam ter se prejudicado com essa exposição. Como tudo parece ter dado certo, a Indelicada deu cria. Gina Filha é o mais novo alvo das grosserias da mãe, mas não sem retrucar.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A empresa Rela foi fundada em 1945 em São Paulo. Seus produtos levam a marca Gina, uma homenagem à mãe dos fundadores. Além de palitos de dentes, a empresa fabrica palitos de sorvete, churrasco, trabalhos manuais e prendedores de roupa.
Gina Indelicada, nome da personagem da rede social, foi criada sem autorização da Rela Gina, detentora da marca de palitos. Ao saber do fenômeno, o diretor-presidente da empresa, Luiz Carlos Rela, chegou a afirmar que acionaria o departamento jurídico para ver que providências tomar. A decisão foi por manter vivo o personagem e chamar seu criador para tocar projetos junto à empresa.
Na opinião do publicitário Sérgio Gouveia, publicitário da agência Register, a Rela Gina teve sorte em despertar ação que repercutisse bem em nichos de mercado em que tinha baixo recall, o público jovem, conectado às redes sociais. “Gente que não conhecia a marca passou a conhecer. Eles ganham recall com isso”, explica. Túlio Pinheiro, publicitário da 101 Macaco, diz que a Gina agora faz parte da cultura pop, e é comparando com marcas mundiais. “Assim como tem camiseta com estampa que brinca com a Coca-Cola, também tem da Gina”.
Sérgio ressalta que as redes sociais são ambientes ainda pouco conhecidos, sem fórmulas exatas para o sucesso ou fracasso. E as chances de revés também existiam. “As empresas tem que tomar cuidado em como alguma coisa entra na internet”, afirma.
Cautela não significa fugir das redes sociais e ambos os publicitários concordam que a empresa fez bem em não proibir que Ricck continuasse a usar a marca. Para Túlio, a empresa não tinha a ganhar se fosse contra a repercussão. “Não adianta querer brigar. Os gestores podem escolher não participar de redes sociais, mas não cabe a eles escolher estar ali ou não. Não se tem controle”.
Ideia
Para Sérgio, a personagem integra e exacerba elementos do cotidiano. “Nem sei se ele foi beber nessa fonte, mas é uma postura do Seu Lunga aqui do Ceará. Gente indelicada, ignorante”. Ele destaca a encenação na interação entre público e personagem, já que os que provocam sabem que a resposta será ferina. O discernimento dos internautas, segundo ele, evita que o mau-humor da Indelicada faça o mercado se voltar contra a Rela Gina. “Eles sabem que a marca não está por trás disso”.
Para quem quer aproveitar o terreno fértil das redes sociais, Sérgio só tem um conselho: que doses de bom-senso sejam misturadas à criatividade. Ricck e Gina poderiam ter se prejudicado com essa exposição. Como tudo parece ter dado certo, a Indelicada deu cria. Gina Filha é o mais novo alvo das grosserias da mãe, mas não sem retrucar.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A empresa Rela foi fundada em 1945 em São Paulo. Seus produtos levam a marca Gina, uma homenagem à mãe dos fundadores. Além de palitos de dentes, a empresa fabrica palitos de sorvete, churrasco, trabalhos manuais e prendedores de roupa.
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