A aprovação à forma de governar da presidente também registrou novo recorde. Na última pesquisa, de dezembro passado, o índice dos que aprovam seus métodos foi de 78%. Agora, foi a 79%
Ambas as variações estão dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa capta o período em que começou a valer a redução de até 20% nas contas de luzde consumidores residenciais. Usada como forma de frear o crescimento da inflação, outra medida popular do governo, e mais recente, foi a desoneração da cesta básica. As duas medidas foram anunciadas pela própria presidente em pronunciamentos em cadeia nacional de rádio e televisão. A oposição acusou a presidente de fazer uso eleitoreiro desses pronunciamentos.
Outro dado apontado é que o maior crescimento de avaliação do governo ocorreu justamente na área de impostos. Em três meses, a aprovação das medidas do governo nessa área saltaram de 30% para 37%.O levantamento aponta que as notícias sobre a redução nos valores da conta de luz e da cesta básica estão entre os três fatos mais lembrados pelos entrevistados. Só perdem para a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, e a presença da presidente no local, em solidariedade aos parentes das vítimas. O aumento do preço da gasolina, notícia negativa para o governo, foi citada por apenas 3%.
ELEIÇÃO
Sob acusações de antecipação do debate eleitoral, os números serão bem recebidos pelo Planalto, já que a aprovação do governo permanece em curva ascendente apesar dos números tímidos da macroeconomia, dos problemas de infraestrutura e de problemas na base de apoio, com a potencial candidatura do aliado Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco, contra a reeleição de Dilma.
O levantamento aponta que o maior crescimento na avaliação do governo e na forma de governar da presidente, nos últimos três meses, ocorreu justamente na região Nordeste, reduto eleitoral de Campos.
A forma de governar da presidente foi aprovada por 85% dos entrevistados residentes no Nordeste. Em dezembro, esse índice era de 80% - crescimento, portanto, acima da margem de erro de dois pontos percentuais. Na avaliação do país como um todo, essa avaliação positiva é de 79%.
A mesma situação ocorre na avaliação do governo. No Nordeste, aqueles que consideram o governo "ótimo" ou "bom" foi a 72% (em dezembro, eram 68%). As outras regiões registram 60% de avaliação positiva.
ECONOMIA
Apesar dos dados decepcionantes em relação ao crescimento do PIB, que cresceu apenas 0,9% em 2012, o emprego e a renda apresentaram resultados robustos, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O nível de desemprego chegou a 5,5%, o mais baixo da história. Em relação à renda, a alta de 4,1% no ano passado representou o crescimento mais acentuado desde 2004, segundo o IBGE. Esses dois fatores mexem muito mais com a percepção econômica da população do que os dados do PIB.
Sobre a inflação, apesar da pressão nos preços registrada nos últimos meses, a pesquisa mostra que a satisfação da população com as medidas tomadas em relação ao problema cresceu de 45% para 48% - acima da margem de erro, portanto.
O intervalo entre a última pesquisa CNI/Ibope e a divulgada nesta terça-feira também coincide com o início de uma ofensiva publicitária do governo sobre a erradicação da miséria. O governo anunciou ter retirado da extrema miséria todos os registrados no Cadastro Único do governo federal, que serve de base para programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Ou seja, todas essas famílias agora recebem mensalmente do governo pelo menos R$ 70 per capita. A erradicação da pobreza extrema foi a principal promessa de Dilma na área social.
A pesquisa CNI/Ibope foi realizada entre os dias 8 e 11 de março, com 2.002 pessoas em 143 municípios de todo o país.
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