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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

'Quem não rezou a novena de Dona Canô'

      Ela passou a noite de Natal em casa. O corpo frágil, debilitado após sete dias de internação no Hospital São Rafael, em Salvador, não impediu que Claudionor Viana Teles Veloso celebrasse a data em família. Afinal, para Dona Canô - cujo apelido disfarçava o nome masculino que tanta “atrapalhação” lhe causava - a casa deveria estar sempre cheia, com os filhos, netos e amigos ao redor.

Após sofrer um ataque isquêmico cerebral (quando há redução do fluxo sanguíneo nas artérias do cérebro), que a manteve hospitalizada até a última sexta, 21, Dona Canô pediu para continuar o tratamento em casa. De acordo com o filho, Rodrigo Veloso, toda a família, inclusive Caetano e Bethânia, se reuniu em Santo Amaro. Os batimentos começaram a cair na véspera de Natal, levando Dona Canô a falecer na manhã de ontem, aos 105 anos.

Devota de Nossa Senhora da Purificação, a novena da qual sempre participava ficou conhecida como Novena de Dona Canô após a canção “Reconvexo”, composta por Caetano. Atenta às necessidades da pequena Santo Amaro, Dona Canô era muito próxima de Antônio Carlos Magalhães e Luís Inácio Lula da Silva, de quem equilibrava as divergências políticas e os retratos na parede da sala. Quando em 2009 Caetano disse, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, que apoiava Marina Silva para a presidência por ela não ser “analfabeta como o Lula”, Dona Canô foi contra a declaração do filho e quis pedir desculpas ao ex-presidente, de quem era amiga pessoal.

O artista plástico cearense Mano Alencar esteve com a família Veloso em alguns dos aniversários da mãe de Caetano e Bethânia. Autor do poema “Bússola”, dedicado ao compositor de Alegria, alegria, Mano recordou a imagem espirituosa de Dona Canô. “Ela tinha como principal característica o espirito de jovialidade. Era uma mulher muito serena, informada e culta, que desde cedo não tinha preconceitos, não julgava e, por isso, tinha tanto amor ao redor dela”.
 
Bahia de luto
O governador da Bahia, Jaques Wagner, declarou três dias de luto pela morte de Dona Canô a quem, em nota, se referiu como uma pessoa de força, doçura e coragem. O velório foi realizado ontem, às 18 horas, na casa da família. Em seguida, o corpo seguiu para o Memorial Caetano Veloso. Uma missa de corpo presente deve ser realizada hoje na Matriz da Purificação e, às 10 horas, o sepultamento no cemitério de Santo Amaro. Nascida em 16 de setembro de 1907, Dona Canô deixa os filhos Clara, Roberto, Caetano, Bethânia, Rodrigo, Mabel, Irene e Nicinha. Era viúva de “Seu Zeca”, que morreu em 1983, com 82 anos. 

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