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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Peixes aparecem mortos às margens da Lagoa de Messejana

    O espelho d’água, tombado pelo Município desde o fim da década de 1980, deveria ser preservado. Mas basta um rápido passeio pela Lagoa de Messejana para perceber que a poluição já tomou conta do espaço. Em alguns trechos, o lixo cobre as margens. Em outros, o mau cheiro afasta quem passa. No último fim de semana, peixes apareceram mortos em uma das margens da lagoa. Segundo o caseiro José Francisco Moreira, 42, que identificou o problema no sábado, os animais surgiram mortos junto com algo que ele descreve como “gordura podre”.

Ontem, cerca de 20 peixes que, segundo o caseiro, devem ser tilápias, ainda estavam lá. Os animais mortos se destacavam na areia, junto com uma espuma suja e amarelada. A área onde os peixes apareceram fica próximo ao antigo farol. “Não costuma ficar assim. Eu acho que limparam alguma fossa e despejaram o resto aqui. E os peixes morreram”. Para José Francisco, a lagoa deveria ser uma “maravilha, mas sofre com a devastação feita pelo próprio ser humano”.

O professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcelo de Oliveira Soares, também vice-coordenador do curso de Ciências Ambientais da UFC, acredita que os peixes podem ter morrido por causa do despejo de esgoto irregular somado à falta de chuva. “A lagoa está seca. Se entra algum tipo de esgoto clandestino, dá uma baixa no oxigênio, porque a água não está circulando como deveria”. Apesar de citar a possibilidade, o professor ressalta que é preciso fazer uma análise para se identificar a causa real do problema.

O POVO visitou outras margens da lagoa ontem, mas não encontrou mais peixes mortos. Pescador há cerca de dez anos, o vigia Antônio Paulo Sobrinho, 51, reforçou não ter encontrado o problema em outras áreas da lagoa. “Apesar de que tem muito lixo dentro da lagoa”. O professor Marcelo de Oliveira ressalta que, se for um trecho da lagoa mais recuado (menos aberto), a falta de circulação pode ser ainda maior e matar os peixes só naquela determinada área.

Titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), Adalberto Alencar informou que uma equipe deve ser enviada ao local para identificar o problema. “Precisamos saber se é algo pontual ou se vai continuar para poder tomar as providências”. Se for identificado algum esgoto clandestino, o responsável pode ser autuado. Entre 2008 e 2009, a equipe de Controle Ambiental da Semam autuou uma série de estabelecimentos e residências por despejarem esgoto.

A Secretaria Executiva Regional (SER) VI informou, em nota, que uma equipe foi até a Lagoa de Messejana e não identificou peixes mortos. Mas que, junto com a Semam, vai fazer uma vistoria, “o mais rápido possível”, para identificar se há lançamentos clandestinos de esgoto na lagoa.

ENTENDA A NOTÍCIA

Cerca de 20 peixes apareceram mortos nas margens do espelho d’água da Lagoa de Messejana. A lagoa sofre com poluição constante das margens e das águas. Prefeitura diz que vai fazer visita para identificar possíveis esgotos clandestinos.

Saiba mais

Riacho

Até hoje, há um riacho que leva esgoto para a Lagoa de Messejana. Segundo a Semam, por falta de esgotamento sanitário no entorno, muitas pessoas jogam o esgoto no riacho, que cai na lagoa. Por meio de nota, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) admitiu que a área ainda não está contemplada com rede de esgoto. 

“Para a região, a Companhia está realizando a contratação de empresa para a elaboração de projeto”, cita a nota.

A orientação, segundo a Cagece, é que os moradores devem providenciar soluções individuais para os dejetos, como fossas sépticas.

Limpeza

A Secretaria Executiva Regional (SER) VI informou que há serviço permanente de limpeza e manutenção da Lagoa de Messejana. 

Dessa vez, o trabalho iniciou no última dia 17 e deve ser concluído até o fim do mês.

Serviço

Denúncias sobre esgotos clandestinos ou morte de peixes em lagoas, podem ser feitas à ouvidoria da Semam: (85) 3452 6923 ou no Fala Fortaleza: 0800 025 23 02. 
       
              
                                     * Redação é O Povo

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