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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Pais de menina baleada no Natal prestam depoimento à polícia

 
 Os pais da menina Adrielly, que foi atingida por uma bala perdida na noite da segunda-feira (24) e só foi operada oito horas depois de chegar ao hospital porque o neurocirurgião escalado faltou ao plantão, prestaram depoimento na 23ª DP (Méier) na tarde desta quarta-feira (26). Eles conversaram por cerca de uma hora com o delegado Luiz Achimedes sobre a demora no atendimento da filha no Hospital Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte do Rio. Por volta das 16h, eles deixaram a  delegacia com pressa.

"É que só temos mais uma hora para ficar com nossa filha", disse o pai da menina, Marco Antônio Vieira, explicando que o hospital fica bem perto da delegacia e que queria chegar logo antes do fim do horário de visita.

Ele contou que o delegado perguntou como Adrielly foi alvejada e como ela caiu. Marco Antônio  disse ainda ao delegado que, quando chegou ao hospital, não havia médico e aguardou oito horas até a filha ser levada para a cirurgia.

O delegado Luiz Arquimedes, titular da 23ª DP, quer saber se houve omissão de socorro no caso. Ele convidou para prestar depoimento Adão Orlando Crespo Gonçalves, o médico que estava escalado na noite de Natal, Enio Eduardo Lopes, chefe do plantão, e outros dois médicos, que ele preferiu não identificar. Nenhum deles havia aparecido na delegacia até as 16h desta quarta. 

O delegado quer saber se houve omissão de socorro no caso. Segundo ele, o diretor do hospital já foi ouvido na tarde desta quarta. Ele disse ainda que já pediu escala do plantão, mas hospital ainda não enviou.

"Ainda não é possível saber de onde partiu a bala. O que sabe até o momento é que havia uma comemoração de Natal e que naquele momento a menina foi atingida", disse.

A menina de 10 anos, alvejada na cabeça por uma bala perdida na porta de casa, em Piedade, subúrbio do Rio, permanece em estado grave no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Salgado Filho.

Médico de plantão pode ser demitido
Segundo o secretário municipal de Saúde do Rio, Hans Dohmann, o neurocirurgião escalado para o plantão noturno do dia 24 de dezembro pode ser demitido, caso seja comprovada negligência no atendimento a Adrielly.

"Pessoas tomaram condutas erradas, seja por não estarem no local onde deveriam estar, seja porque não fizeram as comunicações que deveriam ter sido feitas. Nós vamos abrir diretamente inquérito para apurar e, confirmando o fato que está caracterizado, haverá a demissão do funcionário", disse na terça-feira (25) Dohmman, que ainda admitiu que a demora para realizar a cirurgia pode ter agravado o estado de saúde da criança.

De acordo com o comentarista do RJTV Luiz Fernando Corrêa, o médico Adão Orlando Crespo Gonçalves ligou para ele e afirmou que havia pedido demissão e, por isso, faltara ao plantão. Segundo a secretaria, o chefe do plantão, Enio Eduardo Lopes, não comunicou o atraso à direção nem pediu a transferência da menina.

A Secretaria municipal de Saúde informou que será instaurado um inquérito administrativo para apurar o caso e que havia 18 médicos neurocirurgiões escalados para o plantão de Natal nas quatro grandes emergências da cidade.

O pai da menina, Marco Antônio Vieira, disse que vai processar a Prefeitura do Rio.

Menina foi baleada após tiros de traficantes
O caso ocorreu na Rua Amália, perto dos morros do Urubu e do Urubuzinho, em Piedade. Ela havia acabado de ganhar seu presente de Natal quando foi atingida por uma bala perdida, segundo o pai.

Eles estavam na rua, no momento em que traficantes dos morros do Urubu e Urubuzinho começaram a soltar fogos e dar tiros para o alto, ainda de acordo com Marco Antônio.

"Ela estava animada que tinha acabado de ganhar uma boneca de presente. Quando foi mostrar o presente, ela caiu. Pensamos que ela tinha machucado a cabeça na queda", contou o pai de Adrielly, acrescentando que a menina no  deu entrada no Salgado Filho às 0h20 desta terça-feira (25).

Só no hospital é que os pais ficaram sabendo que a menina tinha uma bala alojada na cabeça. "Até as 3h da manhã nós não sabíamos de nada. Isso é um absurdo. Não tem ambulância nem médico para operar a minha filha", disse Marco Antônio, pouco antes das 8h20 desta terça, quando foi informado sobre a chegada de um neurocirurgião ao hospital. 


* Redação e G1

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