A ida do grupo municipal para a oposição já era esperada e foi reforçada pelas rusgas que ficaram após as acusações de irregularidades no dia da votação. O presidente municipal do PT, Raimundo Ângelo, afirma que a oposição, embora “sem trégua”, será responsável. “Aí eles vão ver o que é realmente oposição”, projeta.
A partir de janeiro, na Câmara Municipal, a missão do contraponto petista à gestão de RC ficará a cargo de Acrísio Sena, Deodato Ramalho, Guilherme Sampaio e Ronivaldo Maia. “O que aconteceu no domingo foi apenas a gota d’água, uma demonstração clara de que caiu a máscara dessa família e de que somos diferentes no conteúdo e no método político”, considera Guilherme.
No cenário estadual a questão é mais complexa e divide opiniões no partido. O deputado estadual Antônio Carlos, que foi líder de Cid na Assembleia até pouco tempo antes da campanha, defende que a oposição se estenda ao nível estadual. Seu colega, Dedé Teixeira, reconhece que a relação entre PT e PSB ficou “arranhada” na eleição, mas adota tom cauteloso e diz que vai conversar com o deputado federal José Guimarães na próxima semana. Dedé e Guimarães integram a mesma corrente interna no PT.
O deputado federal Eudes Xavier, que faz parte da corrente política de Luizianne, engrossa o coro que pede oposição imediata no Estado e defende, inclusive, que os secretários petistas entreguem os cargos. “Não consigo entender como o governador se licencia para fazer campanha contra o PT e os secretários ficam como se não acontecesse nada”, aponta.
Porém, Nelson Martins, que é o secretário de Desenvolvimento Agrário, prega a manutenção da aliança estadual e diz que o rompimento foi uma questão específica de Fortaleza. “Até porque fomos aliados nas eleições em vários municípios cearenses”, observa. Ele diz ainda que é necessário pensar no “projeto nacional”.
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
PT e PSB estiveram do mesmo lado até pouco antes da eleição deste ano. Agora, apesar do PT municipal anunciar oposição, há uma intrincada aliança estadual entre os dois partidos e o rompimento divide opiniões.
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