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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Você e a Casa Branca

 Não faz muito tempo, foi relativamente difundida a máxima: “Quero votar para presidente dos Estados Unidos”. A brincadeira expõe questão bastante séria para as relações de poder no âmbito global. A escolha do dirigente da Casa Branca tem reflexos muito além das fronteiras americanas. Dos fluxos transnacionais até, principalmente, a política econômica. Que, por sua vez, interfere no preço dos produtos, nas taxas de juros, com reflexo no endividamento público, com reação em cadeia para os investimentos em saúde e educação – por exemplo – sem falar nos custos mesmo de mercadorias corriqueiras, aparentemente sem relação alguma com a economia planetária. Ainda assim, a maior parte da população afetada pela eleição de hoje fica completamente à margem. E os assuntos sobre os quais o escolhido terá ingerência e que afetarão a vida dos povos do mundo todo são absolutamente secundários na campanha, legitimamente focada em aspectos que falam bem de perto ao cotidiano dos americanos. Desde a reação à tempestade Sandy até o tamanho do Estado e o volume de impostos para financiá-lo. Passando pelas políticas migratórias, caras aos hispânicos, cujos votos podem ser decisivos.

Se dependesse da maioria dos outros países do globo, Barack Obama provavelmente seria reeleito com franca maioria, realidade bem diversa do empate que apontam as pesquisas em seu próprio País. A imagem fora das próprias fronteiras é outra, em parte, devido ao carisma do atual presidente e à postura mais flexível em relação à política internacional - determinantes para a percepção perante outros povos acima de qualquer outra coisa. Também não era muito diferente, por exemplo, em relação aos ex-presidentes brasileiros Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), extremamente populares no Exterior mesmo nos momentos de maior questionamento interno. Como dizia Millôr Fernandes, “quão maravilhosas são as pessoas que não conhecemos bem”.

A questão, evidentemente, não seria cadastrar a população mundial inteira como eleitora dos Estados Unidos. O que fica exposto é o impasse em que os Estados nacionais se situam: pequenos para resolver alguns problemas e grandes demais para lidar com outros. A forma como o mundo hoje se organiza desloca e a transforma as noções de cidadania e soberania. Cenário no qual é a governança global que precisa se reinventar. As atuais estruturas de gestão e participação estão limitadas diante dos novos jogos de poder.

A CASA DOS PREFEITOS
Curiosidade: quatro dos seis prefeitos de Fortaleza eleitos no pós-redemocratização saíram da Assembleia Legislativa para o Paço Municipal. Maria Luiza Fontenele era deputada estadual na segunda legislatura quando se elegeu, em 1985. Ciro Gomes estava no segundo mandato – o primeiro exercera como suplente – e era líder do governo Tasso Jereissati quando venceu aquela que permanece a mais apertada disputa da história de Fortaleza desde a reconquista da democracia. Luizianne Lins estava no meio de seu primeiro mandato de deputada estadual ao ser eleita. E, agora, o presidente da Casa, Roberto Cláudio, chega ao comando do Município.

A exceção no período foi o ciclo Juraci Magalhães, com a particularidade de ter se iniciado com a renúncia de Ciro, que deixou o cargo para seu vice. Em seguida, já extremamente popular em função das muitas obras executadas, fez seu sucessor o então desconhecido Antônio Cambraia. Mais tarde, Juraci retornou ao cargo e foi ainda reeleito. Mas, à exceção dos dois, todos os outros prefeitos eleitos desde o fim da ditadura militar eram deputados estaduais.

JÁ EM BRASÍLIA...
Igualmente curioso é que, enquanto os deputados estaduais fazem sucesso em eleições na Capital, nenhum deputado federal ou senador conseguiu se eleger para o cargo nas últimas três décadas. E não por falta de tentativas: Inácio Arruda, Moroni Torgan e Patrícia Saboya são exemplos. Talvez seja mera coincidência. Mas, em parte, há de se considerar que os parlamentares estaduais estão mais próximos do dia a dia da cidade, dos problemas, da população, do noticiário cotidiano que os membros da bancada federal.

Por outro lado, a Câmara dos Deputados se tornou o destino quase natural daqueles que deixaram a Prefeitura. Maria Luiza, Cambraia e, mais de uma década após deixar o cargo, também Ciro Gomes acabaram se elegendo deputados federais. Juraci se candidatou em 2006, mas perdeu. Ou seja, no pós-redemocratização, 100% dos gestores da Capital se candidataram a cargo na Câmara dos Deputados. Será que Luizianne irá manter ou quebrar a escrita?

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