No comércio de Tauá, houve queda de 70% nas vendas no setor de móveis e eletrodomésticos, por exemplo. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Tauá, Jefferson Cidrão Macilon, registra que, além disso, a taxa de inadimplência que estaria, em tempos pré-seca, rondando os 4% atinge agora 20%. “O que ainda segurou as vendas foi o crédito, mas agora ele chegou ao limite”, completa.
Diante de um comércio esfriando, as demissões se ampliam. Estabelecimentos comerciais da área chegaram a demitir metade de seu corpo de funcionários. Para ele, o dinheiro que chega na cidade ainda é insuficiente para manter o comércio ativo.
O assentamento Alegre, em Quixeramobim, viu 98% de sua plantação não vingar diante da secura. Lá, eles cultivavam feijão, milho, mamona, por exemplo. “Tinha um projeto de cerca de mil pés de banana que também se perderam”, destaca a agricultora Sueli Paz, coordenadora de Mulheres do Sertão Central da Federação dos Trabalhadores(as) na Agricultura do Estado (Fetraece).
“Na verdade, nós estamos voltando para um estado de pobreza. Tínhamos passado a um equilíbrio, mas estamos retornando”, afirma o prefeito de Madalena, Wilson de Pinho (PMDB). A água está “desaparecendo” na cidade. O açude Umari, inaugurado ano passado e com capacidade para 35 milhões de m³ de água, está, segundo ele, com apenas quatro milhões de m³. Por isso, o rebanho diminuiu. Criadores de gado tiveram de vender as reses abaixo do preço ou as viram morrer de sede.
Cenário parecido acontece em Choró. Com a situação, agricultores e produtores são obrigados a contrair empréstimos às vezes difíceis de arcar. Deve demorar anos para que o município se recupere de perdas que chegaram a 90% da safra. O prefeito da cidade, José Antonio Mendes, conhecido como Dé (PSDB), calcula em três anos o período necessário para isso. “Tem que ter um bom inverno”, enfatiza.
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