Para entender como se deu a derrota de Elmano é preciso lançar um breve olhar sobre as poucas e decisivas semanas do segundo turno. No dia seguinte ao primeiro turno, O POVO já mostrava algumas dificuldades que Elmano encontraria para manter-se à frente. A estrutura de campanha menor que a do adversário era um deles. A dificuldade de conseguir apoios era outra – em contrapartida ao amplo arco de aliança de Roberto Cláudio (PSB).
Um dos maiores trunfos era a vinda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o palanque, que, porém, não surtiu o efeito esperado. Assim, mesmo sem cometer grandes erros, a estratégia mostrou-se incapaz de garantir a dianteira na disputa.
Aos 42 anos, Elmano certamente ainda tem um longo futuro político pela frente – ontem, no entanto, ao discursar pela primeira vez como candidato derrotado, ele disse não ter pretensões por outros cargos eletivos, por enquanto. “Vou continuar advogando no movimento popular”, afirmou. Embora ele saia da eleição maior que entrou, provavelmente não alcançará status de nova liderança no partido, o que ocorreria naturalmente caso tivesse saído vitorioso.
Novo momento
Luizianne Lins terá pela frente uma situação delicada para administrar. Com uma ascensão política rápida – de vereadora, passando à deputada estadual e depois à prefeita em menos de uma década – ela colecionava êxitos até ontem. A partir de janeiro, estará sem cargo eletivo e sem a força de ter conseguido fazer o sucessor.
Embora ainda deva continuar com considerável grau de influência local, Luizianne deve enfrentar dificuldades para levar em frente aspirações políticas mais elevadas. E tende a enfrentar ainda mais resistência dentro do próprio partido.
Até alguns petistas consideram que a gestão Luizianne é essencialmente concentrada na Democracia Socialista (DS), a corrente interna da prefeita no PT. Agora, as demais correntes e lideranças tendem a reivindicar maior participação e lutar pelo comando da sigla. Porém, ontem a prefeita confirmou que segue no comando estadual do PT pelo menos até novembro de 2013, quando ocorre novo processo de eleição interna.
Na Câmara Municipal, os quatro petistas eleitos são ligados a Luizianne e, por isso, tendem a se opor à administração de Roberto Cláudio. Líderes petistas ouvidos pelo O POVO ontem, no entanto, preferiram não antecipar a postura dos parlamentares na próxima gestão, apesar de terem destacado o desgaste na relação com o PSB .
Petistas no Governo
No nível estadual, o mais provável é que os petistas permaneçam aliados a Cid Gomes (PSB), mesmo com o esfacelamento que a campanha trouxe para a relação entre ele e a prefeita. Há três secretários petistas na gestão estadual – todos eles ausentes no comitê de Elmano ontem e fortemente criticados por outros colegas de partido. Na Assembleia, dos três parlamentares do PT, o único ligado a Luizianne é Antônio Carlos, que é suplente em exercício e, além disso, já foi líder do governo Cid.
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