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segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Se emocionou muito’, diz ex-chefe de comissão sobre relato de Dilma

                                                  Robson Sávio era coordenador da Comissão Estadual de Indenização às Vítimas de Tortura (Ceivt) de Minas Gerais, que tinha o objetivo de ouvir e indenizar vítimas da ditadura, quando ouviu o depoimento da presidente Dilma Rousseff, em 2001, no Rio Grande do Sul, sobre torturas sofridas por ela durante a ditadura militar. Ele lembra que as palavras da presidente foram marcantes por ela ser a única mulher do grupo que iria ser ouvido no estado. “Ela [Dilma] foi falando e quando detalhou, se emocionou muito. Pedimos um copo d’água e ela continuou. Dissemos que estava mais do que suficiente, mas ela contou mais e depois foi as lágrimas e saiu cabisbaixa”, disse.
Reportagens publicadas nos jornais "Correio Braziliense" e "Estado de Minas" deste domingo (17) e segunda-feira (18) mostram detalhes de sessões de tortura pelas quais foi submetida a presidente da República, Dilma Rousseff, em Minas Gerais, durante a ditadura militar.
   O Ceivt foi uma comissão criada pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos (Conedh-MG), para indenizar presos políticos torturados no estado. O ex-coordenador lembra que a presidente não queria entrar com o pedido de indenização. “Ela não teve interesse de solicitar a indenização. Tínhamos um formulário de protocolo de pedido pela vítima ou representante. No caso dela [Dilma] foi preenchido pela mãe dela. Com esse pedido, a comissão começou as atividades”, explicou.

Em 2002, ela foi indenizada em R$ 30 mil pela tortura sofrida no início dos anos 70. Em maio último, foi informado que a presidente seria indenizada também em R$ 20 mil por outra sessão de tortura sofrida no Rio. A Presidência da República informou que o valor seria doado ao Grupo Tortura Nunca Mais. Também em maio, a presidente deu posse aos integrantes da Comissão da Verdade, que vai apurar violações aos direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar.

Sávio informou que os membros da comissão decidiram não divulgar nenhum depoimento das vítimas na época. “Antes do depoimento, a Dilma nos mandou uma carta, que está anexada ao processo, em que ela faz um relato genérico que esteve em Minas Gerais e que foi vitima de tortura”, afirmou. Ele lembra que o fato de o depoimento da presidente ter vindo à tona pode ajudar outros casos de anônimos que também foram torturados.
“Temos muitos relatos de sofrimento e dor de muitos outros. Na época, a gente esperava cerca de 250 pedidos [de indenização] e tivemos mais de 800 pedidos. Existem muitos anônimos que foram vítimas. Tinham postura firme, não eram figuras públicas e foram perseguidas”, explicou.

Hoje, Robson Sávio é professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, mas disse que nunca se desligou do assunto. “Eu espero que a comissão da verdade fique atenta aos outros tantos anônimos que foram torturados”, falou.

A Comissão da Verdade enviará um grupo de pesquisadores ao Conselho de Direitos Humanos de Minas (Conedh-MG) para acessar o arquivo com o depoimento da presidente. O grupo deve chegar a Belo Horizonte entre esta segunda (18) e terça-feira (19) e também deve analsiar relatos de outras pessoas.



 

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