O Brasil apresentou um novo texto - com menos temas polêmicos - nas discussões da Rio+20. O objetivo é facilitar as negociações entre os países para um acordo sobre o desenvolvimento sustentável.
A notícia foi dada em uma entrevista coletiva. As metas e as formas de financiamento para um desenvolvimento sustentável podem ficar de fora do rascunho do documento final da Rio+20.
O G1 teve acesso ao texto apresentado pelo Brasil, que assumiu a coordenação das negociações na sexta-feira (15).
Nos parágrafos 258 e 259, a proposta é de criação de um grupo - com representantes de vários países - para discutir como e quem vai pagar a conta da economia verde. A decisão, segundo o que está escrito, fica adiada para 2014.
“O que vai ser feito no Rio é a adoção, pelos chefes de estado, da ideia. Eles lançarão os objetivos de desenvolvimento sustentável. Em segundo lugar, eles lançarão um processo de negociação dessas metas”, apontou Luiz Alberto Figueiredo, embaixador do Brasil.
O novo rascunho ficou com 56 páginas. O anterior tinha 80. A mudança foi feita para tentar destravar as negociações. O G1 obteve o discurso feito pelo secretário-geral da Rio+20 aos representantes dos países.
O chinês Sha Zukang disse, em inglês: "Por quase dois anos, estamos nos preparando para esta conferência, e nas horas finais, ainda não estamos onde deveríamos estar. Nosso trabalho duro não pode ser em vão".
As delegações, agora, vão analisar o novo texto. “O objetivo é de chegar a um texto já acordado pelos participantes neste processo negociador até a noite de segunda-feira”, declarou Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores.
Até terça-feira (19) também acontecem reuniões com a participação da sociedade. Nesses encontros abertos - chamados de Diálogos para um Desenvolvimento Sustentável - os debatedores discutem temas que poderão estar no documento no final da Rio+20.
Desses diálogos vão sair 30 sugestões sobre 10 temas diferentes. Os participantes votaram para escolher três recomendações sobre desemprego, trabalho decente e imigração.
“Me sinto privilegiada em poder estar votando nos assuntos que a gente acha importantes e que podem realmente ser debatidos no mundo inteiro”, diz Carla Maria Pires, diretora de sustentabilidade.
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