Único clérigo entre os seis candidatos que disputaram a Presidência do Irã neste fim de semana, Hassan Rohani, de 64 anos, foi declarado vencedor ao obter mais de 18 milhões de votos logo no primeiro turno.
Experiente, já ocupou postos importantes e pretende dar vazão a propostas reformistas, entre elas a retomada do diálogo com os Estados Unidos, considerado o maior inimigo da República Islâmica.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ainda terá de confirmar o resultado das eleições no próximo dia 3 de agosto. Em seguida, o presidente eleito deverá ser empossado no Parlamento.
O resultado surpreendeu os analistas, que esperavam a definição do pleito em eventual segundo turno. Um dos favoritos na corrida presidencial, o prefeito de Teerã, Mohammad Baqer Qalibaf, ficou em segundo lugar.
A participação da população foi estimada em 72%. Cerca de 50 milhões de iranianos estavam aptos a votar. A expectativa é que Rohani, que já criticou abertamente o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad, tente colocar em prática sua agenda de reformas, embora no país o presidente não estabeleça as políticas mais importantes, como o programa nuclear, as relações com o Ocidente ou as ações militares – áreas sob o comando de clérigos chefiados pelo aiatolá.
Em debates na televisão durante a campanha, ele levantou assuntos polêmicos, como o isolamento do Irã na comunidade internacional, a crise econômica e os efeitos das sanções das potências e o programa nuclear.
Manifestou também a intenção de retomar o diálogo com os Estados Unidos, país com o qual Teerã cortou relações diplomáticas em 1979.
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