O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, reuniu 18 deputados da base aliada e quatro secretários na tarde desta quarta-feira (18), na residência oficial de Águas Claras, para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de um suposto esquema clandestino de escuta telefônica de políticos e adversários. O GDF nega a existência de uma central de grampos e informou que vai investigar o caso.
“Se qualquer membro do governo tiver participado de qualquer ação desse tipo, o governador irá dar o exemplo e pedir demissão desse servidor e processo para ele responder na Justiça”, afirmou o secretário de Governo, Paulo Tadeu, ao final da reunião, que durou cerca de três horas e meia.
Segundo Tadeu, o governador pediu que as polícias Militar e a Civil investiguem as denúncias.
"O governador tem convicção de que nenhum membro do governo fez qualquer tipo de ilegalidade ou arapongagem", afirmou Tadeu.
Nesta terça (17), a oposição obteve o número necessário de assinaturas para a abertura de uma CPI na Câmara Legislativa para investigar a denúncia de que a Casa Militar teria realizado 80 grampos telefônicos clandestinos, incluindo de deputados distritais e de pelo menos um federal.
A leitura do requerimento de criação da CPI, prevista para ocorrer na tarde desta quarta, foi adiada para a próxima terça-feira. Os deputados decidiram abranger as investigações dos supostos grampos para o período entre 2001 e 2011.
Prisão
Nesta quarta-feira, a deputada distrital Celina Leão (PSD) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a prisão preventiva do governador Agnelo Queiroz, pela suposta violação de dados pessoais de adversários políticos.
A assessoria do STJ confirmou que o pedido foi protocolado, mas não divulgou o teor da representação.
O porta-voz do GDF criticou a representação da deputada. “Essa pedido é estapafúrdio, sem noção com a realidade. Nunca houve divulgação de dados restritos. A Casa Militar é amparada pelas normas de segurança quando algum fato coloca em risco a segurança do governador”, disse Braga.
De acordo com a reportagem, os dados do vice-governador do DF, Tadeu Filippelli, teriam sido obtidos por um "núcleo de inteligência do gabinete do governador Distrito Federal". Os dois policiais militares teriam ainda conseguido acessar as informações pessoais do deputado federal Fernando Francischini, do PSDB do Paraná.
O porta-voz do GDF, Ugo Braga, reafirmou nesta quarta que apenas dados do deputado Francisco Francischini (PSDB-PR) e do jornalista Edson Sombra – ligado ao ex-secretário do GDF Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM – foram acessados por “terem feito ameaças ao governador ou a seus familiares”.
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